21 de novembro de 2009

Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo.


“O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele a glória e poder através dos séculos” (Ap 5,12; 1,6). Estas palavras são da Antífona de Entrada da Solenidade de hoje e dão o sentido profundo desta celebração de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo.

Uma pergunta que pode vir – deveria vir! – ao nosso coração é esta: Jesus é Rei? Como pode ser Rei, num mundo paganizado, num mundo pós-cristão, num mundo que esqueceu Deus, num mundo que ridiculariza a Igreja por pregar o Evangelho e suas exigências?... Pelo menos do Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo o mundo não quer saber... Como, então, Jesus pode ser Rei de um mundo que não aceita ser o seu reinado?

E, no entanto, hoje, no último domingo deste ano litúrgico de 2009, ao final de um ciclo de tempo, voltamo-nos para o Cristo, e o proclamamos Rei: Rei de nossas vidas, Rei da história, Rei do cosmo, Rei do universo. A Igreja canta, neste dia, na sua oração: “Cristo Rei, sois dos séculos Príncipe,/ Soberano e Senhor das nações!/ Ó Juiz, só a vós é devido/ julgar mentes, julgar corações”.

Um Rei frágil como um Cordeiro imolado

O texto do Apocalipse citado no início desta meditação dá o sentido da realeza de Jesus: ele é o Cordeiro que foi imolado. É Rei não porque é prepotente, não porque manda em tudo, até suprimir nossa liberdade e nossa consciência.

É Rei porque nos ama, Rei porque se fez um de nós, Rei porque por nós sofreu, morreu e ressuscitou, Rei porque nos dá a vida. Ele é aquele Filho do Homem da primeira leitura: “Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá”. Com efeito, o reinado de Cristo não tem as características dos reinados do mundo.

Traços do nosso Rei

(1) Ele é Rei não porque se distancia de nós, mas precisamente porque se fez “Filho do homem”, solidário connosco em tudo. Ele experimentou nossas pobrezas e limitações; ele caminhou pelas nossas estradas, derramou o nosso suor, angustiou-se com nossas angústias e experimentou tantos dos nossos medos. Ele morreu como nós, de morte humana, tão igual à nossa. Ele reina pela solidariedade.

(2) Ele é Rei porque nos serviu: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Serviu com toda a sua existência, serviu dando sempre e em tudo a vida por nós, por amor de nós. Ele reina pelo amor.

(3) Ele é Rei porque tudo foi criado pelo Pai “através dele e para ele” (Cl 1,15); tudo caminha para ele e, nele, tudo aparecerá na sua verdade: “Quem é da verdade, ouve a minha voz”. É nele que o mundo será julgado. A televisão, os modismos, os sabichões de plantão podem dizer o que quiserem, ensinarem a verdade que lhes forem conveniente... mas, ao final, somente o que passar pelo teste de cruz do Senhor resistirá. O resto, é resto: não passa de palha. Ele reina pela verdade.

(4) Ele é Rei porque é o único que pode garantir nossa vida; pode fazer-nos felizes agora e pode nos dar a vitória sobre a morte por toda a eternidade: “Jesus Cristo é a testemunha fiel e verdadeira, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra”. Ele reina pela vida.

A Verdade na simplicidade do Rei

Sim, Jesus é Rei: “Eu sou Rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo!” Mas seu Reino nada tem a ver com o triunfalismo dos reinos humanos – de direita ou de esquerda!

Nunca nos esqueçamos que aquele que entrou em Jerusalém como Rei, veio num burrico, símbolo de mansidão e serviço. Como coroa teve os espinhos; como ceptro, uma cana; como manto, um farrapo escarlate; como trono, a cruz. Se quisermos compreender a realeza de Cristo, é necessário não esquecer isso! A marca e o critério da realeza de Cristo é e será sempre, a cruz!

Hoje, assistimos, impressionados, à paganização do mundo, e perguntamos: onde está a realeza do Cristo? – Onde sempre esteve: na cruz: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”.

O Reino de Jesus não é segundo o modelo deste mundo, não se impõe por guardas, pela força, pelas armas: meu Reino não é daqui! É um Reino que vem do mundo do amor e da misericórdia de Deus, não das loucuras megalomaníacas dos seres humanos.

E, no entanto, o Reino está no mundo: “Cumpriu-se o tempo; o Reino de Deus está próximo” (Mc 1,15); “Se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demónio, então o Reino de Deus já chegou para vós” (Lc 11,20). O Reino que Jesus trouxe deve expandir-se no mundo!

Onde ele está? Onde estiverem o amor, a verdade, a piedade, a justiça, a solidariedade, a paz. O Reino do Cristo deve penetrar todos os âmbitos de nossa existência: a economia, as relações comerciais, os mercados financeiros, as relações entre pessoas e povos, nossa vida afectiva, nossa moral pessoal e comunitária.

Só a ti, Senhor, a realeza! Tu és o nosso Rei!

Celebrar Jesus Cristo Rei do Universo é proclamar diante do mundo que somente Cristo é o sentido último de tudo e de todos, que somente Cristo é definitivo e absoluto.

Proclamá-lo Rei é dizer que não nos submetemos a nada nem a ninguém, a não ser ao Cristo; é afirmar que tudo o mais é relativo e menos importante quando confrontado com o único necessário, que é o Reino que Jesus veio trazer.

Num mundo que deseja esvaziar o Evangelho, tornando Jesus alguém inofensivo e insípido, um deus de barro, vazio e sem utilidade, proclamar Jesus como Rei é rejeitar o projecto pagão do mundo actual e proclamar: “O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele a glória e poder através dos séculos”. Amém (Ap 5,12; 1,6).


http://www.padrehenrique.com/

17 de outubro de 2009

“O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir ..."

“O Filho do homem não veio para ser servido,

mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”.

O trabalho solidário faz parte essencialmente da vida do cristão. Como cristãos não buscamos “lucro” ou grandes vitórias apoteóticas. Estamos ao serviço do Senhor em todas as circunstâncias da nossa vida. Não importa o nosso cargo e o que fazemos, mas sim o “como fazemos”.

Para sermos grandes deveremos ser servos de todos. Parece que esta afirmação não interessa muito num mundo de competição onde as relações comerciais sufocam tremendamente as relações de fraternidade e solidariedade. Só seremos felizes se a nossa vida estiver a ajudar a construir a felicidade de nossos irmãos.

Quando seguimos a Cristo de verdade, teremos que beber do seu cálice. Vamos passar pelo desprezo do mundo, pela solidão do seguimento, aparentemente seremos derrotados várias vezes.

O que nos irá guiar é a luz do amor de Deus que sentimos no fundo de nosso coração. É é esta luz que deve ser a referência da nossa vida. A felicidade que Deus nos transmite é muito maior que as alegrias momentâneas que alimentam a sociedade moderna.

Somos desafiados a olhar para dentro de nosso coração e sairmos de nosso próprio egoísmo.

O serviço do cristão acontece dentro da humildade e da fé. Somos simples instrumentos do verdadeiro “Dínamo” que produz amor e felicidade. Todo o cristão baptizado é missionário.

O nosso baptismo é um compromisso de entrega ao amor de Deus que se expande na nossa vida. Somos convidados a transmitir as verdades fundamentais da nossa fé a todas as pessoas que nos rodeiam, especialmente através do nosso testemunho.

Como cristãos devemos ser reconhecidos pela alegria de termos encontrado o amor de Deus em nós e devemos anunciar este amor a todos, inclusive aos que já são baptizados.

“Fazei Senhor Jesus que nos possamos sentir evangelizadores dos nossos irmãos a partir da alegria de nossa experiência convosco”.

adap.EI GIRIBONE (Ordem dos Carmelitas Descalços)

11 de outubro de 2009

A única coisa necessária


    Falta-te uma coisa só: a única que permanece, que é verdadeiramente boa, que está acima da lei, que a lei não dá nem contém, e que é própria daqueles que possuem a verdadeira vida. Numa palavra, aquele que tinha observado integralmente a lei desde a meninice e que tinha falado de si de modo tão presunçoso e orgulhoso, não conseguiu obter aquela única coisa que só o Salvador pode dar, necessária para obter a vida eterna que desejava; mas retirou-se triste, desencorajado pelas exigências daquela vida eterna em vista da qual tinha vindo interrogar o Mestre. Não a desejava seriamente como as palavras o sugeriam, mas pretendia tão só fazer alarde de boa vontade. Certamente teria sido solícito em fazer tantas coisas, mas não estava disposto a cumprir aquela que é a única e exclusiva obra de salvação, para a qual era débil e indolente. Como disse Jesus a Marta, que se preocupava com muitas coisas e se distraía e agitava para o servir, acusando ainda a irmã de ociosa porque em vez de a ajudar ficava sentada a seus pés, extática como uma discípula: "Preocupas-te com muitas coisas; Maria escolheu a melhor parte que não lhe será tirada" (cf. Lc 10, 41-42). Do mesmo modo, recomenda também a este homem que ponha de lado qualquer outra preocupação terrena para se prender à única coisa necessária, permanecendo no amor d'Aquele que lhe oferecia a vida eterna.
    Homilário Patrístico -(Clemente de Alexandria, Do opúsculo Que rico poderá salvar-se?, 5, 10)

4 de outubro de 2009

S.Francisco de Assis



S. Francisco e o Sermão
das aves

Certo dia, Francisco saiu para uma missão. Entre Cannara e Bevagna, num local silvestre, onde havia um pequeno descampado e ao redor muitas árvores de todas as espécies.
Em cima das árvores, voando em revoadas e espalhadas pelo chão no descampado, muitas aves, que cantavam e se confraternizavam com grande alarido.
O Santo falou a seus discípulos: "Esperem um momento, vou pregar às nossas irmãzinhas aves!"
Entrou no campo indo de encontro às aves que estavam no chão. E mal começou a pregar, as que estavam nas árvores desceram. Nenhuma se mexia, embora andando ele passasse perto e mesmo chegasse a roçar nelas com a extremidade de sua veste! E dizia às aves:

"Minhas irmãzinhas aves, vocês devem muito a DEUS, o CRIADOR, e por isso, em todo lugar que estiverem devem louva-LO, porque ELE lhes permitiu que voassem para onde quisessem, livremente, da mesma forma que devem agradecer o alimento que ELE lhes dá, sem que para isso tenham que trabalhar; agradeçam ainda a bela voz que o SENHOR lhes proporciona, que lhes permitem realizar lindas entonações! Vejam, minhas queridas irmãzinhas, vocês não semeiam e não ceifam. É DEUS quem lhes apascenta, quem lhes dá os rios e as fontes, para saciar a sede; quem lhes dá os montes e os vales, para o seu refúgio e lazer, assim como lhes dá as árvores altas, para fazerem os ninhos. Embora não saibam fiar e nem coser, DEUS lhes concede admiráveis vestimentas para todas vocês e seus filhos, porque ELE lhes ama muito e quer o bem estar de vocês. Por isso, minhas irmãzinhas, não sejam ingratas, procurem sempre se esforçarem em louvar a DEUS."

Acabando de dizer-lhes estas palavras, todas as aves num gesto quase uniforme, começaram a abrir os bicos e esticar os pescoços, à medida que abriam as asas e inclinavam reverentemente a cabeça até a terra, cantando, demonstrando assim que Francisco lhes havia proporcionado uma grande satisfação!

Finalmente, São Francisco lhes fez o Sinal da Cruz e deu-lhes licença de se retirarem. Então, todas aquelas aves se levantaram no ar com um maravilhoso canto, e logo se dividiram em revoadas e desapareceram atrás das colinas e das matas.

Conta-se que, dias depois, o Santo foi em companhia de Frei Massau a um lugarejo chamado Alviano, entre Orte e Orvieto. Pararam na praça do Mercado e como sempre, cantaram uma melodia com versos que convidavam a conversão do coração, com a finalidade de reunir o povo. Depois começou a pregar. Entardecia. As andorinhas que ainda hoje fazem ninho nos altos muros e nas torres das construções, voavam de um lado para outro em ciclo contínuo, cantando forte e de modo quase uníssono. Os habitantes do lugarejo que se comprimiam ao redor para ouvir a palavra dele, não estavam conseguindo entender quase nada, porque o barulho das andorinhas era muito intenso. Então, Francisco com a maior tranqüilidade, olhou para elas e com muita doçura disse:

"Irmãs andorinhas, parece-me que agora é minha vez de falar. Já cantaram e falaram bastante! Escutem, pois, a palavra de DEUS e fiquem silenciosas enquanto eu falo!"

Elas pararam e fizeram um grande silêncio, por todo o tempo que ele falou.

3 de outubro de 2009

Não separe o homem o que Deus uniu


O projeto criador (Gn 2,18) leva o homem a sair de sua solidão para unir-se à sua mulher como um só ser (Gn 2,24). Dois seres que completam-se. Quem se casa forma parte inseparável da outra pessoa. É por isso que a sociedade sagrada da família escapa ao arbítrio de leis humanas, que nunca poderão sobrepor-se à lei divina do matrimônio monogâmico e indissolúvel.
Não pretendamos corrigir um desentendimento do casal com um mal maior: a separação.
A melhor maneira de ser útil à sociedade não é ceder às suas fraquezas. Já em Ml 2,16 Deus apresenta o repúdio como "uma iniquidade". O próprio equilíbrio emocional dos filhos exige a fidelidade dos pais na unidade inquebrantável ("Gaudium et Spes",48).



Oração
Liberte-me, Senhor, do poder do egoísmo. Ajude-me a
compreender o plano de amor que o Senhor traçou para
mim na família que constituí por vocação. Que eu, com a
luz do Espírito Santo, saiba honrar o papel que me compete
na construção do meu lar. Que desapareça em mim toda
discórdia maligna, toda tentação de arruinar meu lar com a
falta de equilíbrio diante dos revezes da vida. Que o mal
não possa separar o que o Senhor uniu para o bem. Que a
presença do Senhor conserve o amor que tudo suporta,
que santifica e faz a família ser inteiramente do Senhor.
Amém.

26 de setembro de 2009

Quem não é contra nós é por nós.

João disse-lhe: Mestre, vimos alguém, que não nos segue, expulsar demónios em teu nome, e lho proibimos.

Esse alguém que expulsava demónios em nome de Jesus não pertencia ao grupo dos 12 e, portanto, segundo eles, não poderia fazer aquilo. Uma demonstração de ciúmes por parte de Pedro e do grupo seguidor directo do Mestre. Aquele exorcismo, feito por um desconhecido, para os apóstolos era como uma forma de concorrência. Os discípulos sentiram-se com ciúmes como acontece tantas vezes nas nossas comunidades, quando vem alguém de fora nem sempre o acolhimento é feito da forma de Jesus. Os discípulos talvez se julgassem detentores exclusivos da missão de expulsar demónios, não admitindo a participação de outros.

Infelizmente, no meio de nós que pregamos a inclusão, que denunciamos a exclusão, que incentivamos o acolhimento, sem o perceber, podemos ter ciúmes de algum cristão talentoso que aparece na nossa comunidade, e se destaca de forma impressionante.

Por que isto? Por que acontece? Porque somos humanos.

Mais, a atitude do mestre diante da explicação de João, foi como sempre: serena, tranquila, firme, justa e de extrema tolerância em relação ao exorcista anónimo que usou o seu nome para fazer o bem. Jesus não está a ver aquele acontecimento pelo lado da concorrência, mais sim, pelo lado da confluência do bem, muito embora aquele indivíduo não tenha sido catequizado ou chamado por Ele. Por isso Jesus desaprova a proibição que lhe fora imposta pelos seus discípulos. Porque se alguém de fato, foi capaz de realizar um milagre, invocando o nome de Jesus, é porque esse alguém está em sintonia com Jesus.

Se Jesus hoje aparecesse de repente numa das nossas comunidades, certamente iria fazer um inflamável discurso corrigindo muitas coisinhas indevidas para não dizer erradas que andam acontecendo no nosso convívio. Uma delas é o modo fechado com que nossas comunidades operam, dificultando a entrada de novos cristãos de boa vontade que querem partilhar seus talentos dados por Deus para o crescimento da Igreja e para o bem do reino de Deus.

adapt: http://reflexaoliturgiadiaria.blogspot.com/

10 de junho de 2009

Santo Anjo da Guarda de Portugal


Os Anjos que fazem parte desse mundo invisível, a que se estende também a acção criadora de Deus, vivem inteiramente dedicados ao louvor e ao serviço de Deus. A inteligência humana tem dificuldade em exprimir a natureza dessas criaturas espirituais. A sua missão, porém, é-nos mais conhecida através da Bíblia, que, em tantos passos, dá testemunho àcerca da existência dos Anjos.
Mensageiros de Deus, em momentos decisivos da História da Salvação, os Anjos estão encarregados da Guarda dos homens (Mt. 18, 10: Act. 12,3) e da protecção da Igreja (Ap. 12, 1-9). A fé cristã crê também que cada nação em particular tem um Anjo encarregado de velar por ela.

Desde tempos muito recuados que no nosso país se conservou e fomentou a devoção ao Anjo da Guarda de Portugal.
Esta devoção ganhou especial incremento depois que se divulgou a tríplice aparição do Anjo da Guarda de Portugal aos Três Pastorinhos de Fátima.
Talvez por isso, Pio XII mandou inserir esta memória no nosso calendário litúrgico.
Passamos muitas vezes pela vida como se nada mais existisse, além do mundo material. Talvez por isso, o nosso viver é tão cheio de materialismo, e não nos recordamos dos Anjos que nos protegem e ajudam.
Peçamos humildemente perdão ao Senhor desta indelicadeza de não aproveitarmos as preciosas ajudas que Ele nos oferece para a salvação.
E prometamos andar mais despertos, de hoje em diante.

18 de abril de 2009

"A paz esteja convosco!"


O Evangelho hoje apresenta pontos essenciais para a vida cristã tais como a fé, a vida comunitária e a missão.

Retrata a experiência dos Discípulos após a morte de Jesus. Destaca-se o medo presente, simbolizado pela noite e pelas portas fechadas, que paralisa a comunidade, e pela falta de Tomé, que não estava no momento em que Jesus aparece. Provavelmente tinham medo de que acontecesse alguma coisa com eles, igual a que aconteceu com o seu Mestre. Porém, Jesus toma a iniciativa de entrar e apresenta-se diante deles, convidando-os a uma conversão: do medo à paz. As suas palavras e seus gestos fazem com que os discípulos passem do medo à alegria. A paz desejada por Jesus é plenitude de vida, que se dá interiormente, comunitariamente e na sociedade, fazendo que o Reino de Deus aconteça, por isso a alegria que transparece é o sentimento de quem tem novamente o Senhor no coração.

Nós vivemos hoje cercados pelo medo e pela insegurança trazidos pela violência, pela falta de amor, de respeito e por tantas outras situações que nos levam ao isolamento, pois quando as pessoas se tornam uma “ameaça” para nós, não nos relacionamos como irmãos. “A paz é fruto da justiça” e a paz será alcançada quando mudarmos em primeiro lugar a nossa forma de pensar e de julgar que nos leva a fecharmo-nos nos nossos pequenos grupos ou em nós mesmos. A experiência de encontro com o Ressuscitado impulsiona para uma vida nova, para um novo agir. Com a força do Espírito Santo, os Discípulos são enviados em missão como continuadores da missão que Jesus recebeu do Pai.

O texto não diz para onde os discípulos são enviados, mas menciona qual é a missão: o perdão dos pecados. Pecado, no Evangelho de João, é o fechamento em si mesmo, é o não acolher os ensinamentos de Jesus, é o não acolher Jesus como Filho de Deus, que é amor, ou seja, é o não acolher o amor. Os Discípulos recebem a missão de continuar a anunciar o amor que experimentaram em e com Jesus e incluir na comunidade aqueles que acolherem a Palavra. Podemos concluir deste relato que a nossa missão deve ter como ponto de partida uma profunda experiência de encontro com o Senhor e só assim nossa prática será a prática do amor e da misericórdia, pois como nos diz a segunda leitura “podemos saber que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos seus mandamentos”.

A comunidade reunida testemunha para Tomé, que não estava presente, que viu o Senhor. Tomé não acredita na comunidade e quer “ver para crer”, quer ter a certeza de que o Crucificado é o Ressuscitado. Jesus manifesta-se e dá a possibilidade da realização do seu desejo, mas convida-o a deixar a incredulidade. Para as primeiras comunidades foi um convite a crer no anúncio dos Discípulos que fizeram a experiência de testemunhar a Ressurreição. As nossas comunidades são convidadas hoje a vivenciar a mesma fé e a testemunhá-la.

(Adapt. Texto Ir. Sueli da Cruz Pereira – DFMI)

12 de abril de 2009

Domingo de Páscoa


"No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro.Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou..." (Jo 20, 1-9)


Aos discípulos pede-se que sejam as testemunhas da ressurreição. Nós não vimos o sepulcro vazio; mas fazemos, todos os dias, a experiência do Senhor ressuscitado, que está vivo e que caminha ao nosso lado nos caminhos da história. A nossa missão é testemunhar essa realidade; no entanto, o nosso testemunho será oco e vazio se não for comprovado pelo amor e pela doação (as marcas da vida nova de Jesus).

28 de fevereiro de 2009

Quaresma


A quaresma é o tempo litúrgico de conversão que a Igreja marca para nos preparar para a grande festa da Páscoa. É tempo para nos arrepender de nossos pecados e de mudar algo de nós para sermos melhores e poder viver mais próximos de Cristo.
A Quaresma dura 40 dias; começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na Quinta-Feira Santa, com a Missa vespertina. Ao longo deste tempo, sobretudo na liturgia do domingo, fazemos um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que devemos viver como filhos de Deus.
A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. É um tempo de reflexão, de penitência, de conversão espiritual; tempo e preparação para o mistério pascal.
Na Quaresma, Cristo convida-nos a mudar de vida. A Igreja nos convida a viver a Quaresma como um caminho a Jesus Cristo, escutando a Palavra de Deus, orando, compartilhando com o próximo e praticando boas obras. Nos convida a viver uma série de atitudes cristãs que nos ajudam a parecer mais com Jesus Cristo, já que por acção do pecado, nos afastamos mais de Deus. Por isso, a Quaresma é o tempo do perdão e da reconciliação fraterna. Cada dia, durante a vida, devemos retirar dos nossos corações o ódio, o rancor, a inveja, os zelos que se opõem ao nosso amor a Deus e aos irmãos. Na Quaresma, aprendemos a conhecer e apreciar a Cruz de Jesus. Com isto aprendemos também a levar a nossa cruz com alegria para alcançar a glória da ressurreição.

22 de fevereiro de 2009

Jesus cura um paralítico

Marcos realça que Jesus "anunciava a palavra" à multidão que enchia sua casa. É próprio deste evangelista o destaque maior à palavra de Jesus, que liberta e comunica a vida. Entra em cena um paralítico, carregado por quatro homens, e segue a cena pitoresca da sua descida, deitado na maca, por um buraco feito no tecto da casa. Jesus é tocado pela fé, não só do paralítico, mas também daqueles que o acompanham. O paralítico, portador de uma deficiência física, era considerado doente. E a doença, atribuída a um castigo divino, em consequência de algum pecado cometido. Esta compreensão, com respaldo em várias passagens do Antigo Testamento, era fundamentada na teologia da retribuição: o Altíssimo premeia com riqueza e saúde os justos e castiga com pobreza e doença os pecadores. No Livro de Jó, o autor faz uma tentativa de reverter esta visão. O pecado introduzido no livro dos Génesis, na narrativa de Adão e Eva no paraíso, é essencialmente um acto de desobediência a Deus. E é com esta característica radical que aparece ao longo do Antigo Testamento. Na religião de Israel, Deus é apresentado como aquele que está presente no templo de Jerusalém e se manifesta através da Lei, com suas centenas de preceitos minuciosos, sob controle da casta religiosa. A desobediência a este poder religioso passa a ser a desobediência a Deus, passa a ser pecado. E o povo humilde e oprimido era, comummente, enquadrado como pecador. Jesus, diante daquele paralítico, dá prioridade à sua libertação da condição humilhante e excludente de "pecador". E a libertação de sua paralisia segue-se como sinal exterior de sua dignidade restaurada.

8 de fevereiro de 2009

Ai de mim se não evangelizar!


"Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória,é uma obrigação que me foi imposta. Ai de mim se não anunciar o Evangelho! Se o fizesse por minha iniciativa,teria direito a recompensa.Mas, como não o faço por minha iniciativa,desempenho apenas um cargo que me está confiado.Em que consiste, então, a minha recompensa?Em anunciar gratuitamente o Evangelho,sem fazer valer os direitos que o Evangelho me confere." (1Cor.9,16-18)


No ano dedicado ao Apóstolo dos gentios, temos de redescobrir a urgência da missão, a qual não se identifica com o proselitismo, constrangendo os outros a adoptar o nosso modo de pensar e de ver, nem se reduz a uma mera inculturação do Evangelho, mas que antes é uma encarnação da Palavra de Deus na multiplicidade de condições humanas, línguas e costumes das pessoas que se vão encontrando.

A exclamação Paulina «Ai de mim se eu não anunciar o evangelho», é igualmente válida para todo aquele que, sendo leigo, presbítero ou bispo, recebeu das mãos da Igreja o Evangelho, esse mesmo Evangelho que deve propagar como se difunde «o perfume de Cristo» (2Cor 2,15) entre aqueles que estão perto e os que estão longe. Façamos nossa também a interpelação endereçada por Paulo à Igreja no que respeita ao mistério audaz e difícil da missão: «como hão-de invocar o Senhor, se antes não tiverem acreditado nele? E como hão-de acreditar, se dele não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar, sem haver alguém que o anuncie? E como hão-de anunciar, sem primeiro terem sido ouvidos? Tal como está escrito: Quão belos são os pés dos que anunciam a boa-nova»(Rm 10,14-15). Se «a fé nasce da escuta, e a escuta nasce da Palavra de Cristo» (Ro 10,17), então a nossa responsabilidade perante o Evangelho que nos foi confiado no início do nosso apostolado é grande; uma responsabilidade de que seremos chamados a prestar contas no termo da nossa existência.

O Senhor não quer que acabemos por desvalorizar o Evangelho que foi depositado em nós como «um tesouro, em vasos de barro» (2Cor 4,7), mas quer antes que arrisquemos tudo para o fazer comercializável e vendível. Jesus Cristo em pessoa é o tesouro, achado no meio do campo, pelo qual vale a pena vender quanto possuímos e somos, a fim de o adquirir. Por ele somos chamados a considerar tudo como «lixo, a fim de ganhar Cristo e nele achados» (Fl 3,8-9). O Evangelho completa a sua carreira com os pés cansados, cobertos de pó e não raro feridos, com os pés de quem, como Paulo, «nada mais quis saber, a não ser Jesus Cristo e este crucificado» (1Cor2,2)Tal é a mensagem, da mais desconcertante actualidade, que Paulo transmite à Igreja missionária dos nossos dias.

(D.José Card. Saraiva Martins)

25 de janeiro de 2009

Conversão de São Paulo


A festa litúrgica de 25 de Janeiro foi instituída pela Igreja para dar graças a Deus pelos imensos benefícios que ela recebeu de Deus através de São Paulo. O seu martírio é celebrado junto com São Pedro no dia 29 de Junho. Em primeiro lugar a Igreja quer agradecer a Deus a sua conversão, depois, a sua vocação e a missão de pregar o Evangelho aos Gentios.

São Paulo (ou Saulo) nasceu em Tarso (Município de Roma) na Cilícia (Ásia menor) no início da era cristã, de família israelita, da tribo de Benjamim; muito fiel à doutrina e à tradição judaica; seu pai comprara a cidadania romana, o que era possível naquele tempo, então Saulo nasceu como cidadão romano, legalmente.
Aos 15 anos de idade foi enviado para Jerusalém onde recebeu a formação do rabino Gamaliel (Act 22,3; 26,4; 5,34), e foi formado na arte rabínica de interpretar as Escrituras, e deve ter aprendido a profissão de curtidor de couro.

Por volta do ano 36 era severo perseguidor dos cristãos, mas se converteu espectacularmente quando o próprio Senhor lhe apareceu na estrada de Jerusalém para Damasco, onde foi baptizado por Ananias. Em seguida permaneceu num lugar perto de Damasco chamado Arábia.
São Paulo esteve no apedrejamento de Santo Estêvão, e sem dúvida as orações desse Santo na hora da morte foram fundamentais para a graça da conversão de São Paulo.
No ano 39 se encontrou com Pedro e Tiago em Jerusalém (Gal 1,18) e depois voltou para Tarso (At 9,26-30) acabrunhado pelo fracasso do seu trabalho em Jerusalém. Ali ficou por cerca de 5 anos, até o ano 43. Nesta época, Barnabé, seu primo, que era discípulo em Antioquia, importante comunidade cristã fundada por S.Pedro, o levou para lá.

Em 44 Paulo e Barnabé foram encarregados pela comunidade de Antioquia para levar a ajuda financeira aos irmãos pobres de Jerusalém. No ano 45, por inspiração do Espírito Santo, Paulo e Marcos (o evangelista) foram enviados a pregar aos gentios (Act 13,1-3).

A primeira viagem durou cerca de 3 anos (45-48) percorrendo a ilha de Chipre e parte da Ásia Menor. No ano de 49 Paulo e Barnabé vão a Jerusalém para o primeiro Concílio da Igreja, para resolver a questão da circuncisão, surgida em Antioquia. Esta presença de São Paulo em Jerusalém foi fundamental para que o Cristianismo não ficasse dependente do antigo judaísmo, como uma “seita” a mais. Graças a ele os pagãos ficaram livres da circuncisão e o Cristianismo surgiu com nova força.

A segunda viagem apostólica de São Paulo foi de 50 a 53, durante a qual Paulo escreveu, em Corinto, as duas Cartas aos Tessalonicenses (Act 15,36-18,22). São as primeiras Cartas de Paulo.
A terceira viagem foi de 53 a 58. Neste período ele escreveu “as grandes epístolas”, Gálatas e I Coríntios, em Éfeso; II Coríntios, em Filipos; e aos Romanos, em Corinto. No final desta viagem Paulo foi preso por acção dos judeus e entregue ao tribuno romano Cláudio Lísias, que o entregou ao procurador romano Felix, em Cesaréia. Aí Paulo ficou preso dois anos (58-60), onde apelou para ser julgado em Roma; tinha direito a isso por ser cidadão romano. Partiu de Cesaréia no ano 60 e chegou em Roma em 61, após sério naufrágio perto da ilha de Malta.

Em Roma ficou preso domiciliar até 63. Neste período ele escreveu as chamadas “cartas do cativeiro” (Filemon, Colossenses, Filipenses e Efésios). Depois deste período Paulo deve ter sido libertado e ido até a Espanha, “os confins do mundo” (Rom 15,24), como era seu desejo. Em seguida deve ter voltado da Espanha para o oriente, quando escreveu as Cartas pastorais a Tito e a Timóteo, por volta de 64-66.

Foi novamente preso no ano 66, no oriente, e enviado a Roma, sendo morto em 67 face à perseguição de Nero contra os cristãos desde o ano 64. S. Paulo foi um dos homens mais importantes do cristianismo. Deixou-nos 14 Cartas.

A festa litúrgica da conversão de são Paulo apareceu no século VI e é própria da Igreja latina. O martírio do Apóstolo dos gentios é comemorado no dia 29 de junho. A celebração do dia 25 de janeiro tem por finalidade considerar as várias facetas do Apóstolo por excelência. Ele diz de si mesmo: “Eu trabalhei mais que todos os apóstolos…”, mas também: “Eu sou o menor dos apóstolos… não sou digno de ser chamado apóstolo”.
Apresenta, ele mesmo, as credenciais: viu o Senhor, Cristo ressuscitado lhe apareceu, ele é testemunho da Ressurreição de Cristo, foi enviado directamente por Cristo. É como um dos Doze. Pertence a Jesus desde aquela hora em que, no caminho de Damasco, vencido por Cristo e prostrado em terra perguntou-lhe: “Senhor, que queres que eu faça?” Paulo então passou a pregar e propagar a fé que desejava exterminar. Em poucos segundos Jesus o transformou de um ferrenho perseguidor no maior Apóstolo do seu Evangelho em todos os tempos.

São Paulo tirou da sua experiência esta consoladora conclusão: “Jesus veio a esta mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro. Precisamente por isso encontrei misericórdia. Em mim especialmente Jesus Cristo quis mostrar toda a sua longanimidade, para que eu sirva de exemplo a todos aqueles que pela fé nele alcançarão a vida eterna.” “Conheço um homem em Cristo que foi arrebatado até ao terceiro céu. Se no corpo ou fora do corpo, não sei. Deus o sabe. Só sei que esse homem ouviu palavras inefáveis…” (2Cor 12,2).

São Paulo foi um Apóstolos de “fogo”; apaixonado por Jesus Cristo até a última fibra do seu corpo. Cristo era tudo para ele: “Para mim no viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fil 1, 21). “Tudo posso Naquele que me dá forças” (Fil 4,13). “Estou pregado à cruz de Cristo. Eu vivo, mas já não sou que vivo, é Cristo que vive em mim”. (Gal 2, 19-20).

Terminou a vida dizendo: “Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé” (1Tm 4,7) São Pedro e São Paulo foram as grandes colunas da Igreja em Roma; martirizados pelo mesmo Nero derramaram o seu sangue em Roma. Desde então a Sede da Igreja está em Roma.

(Prof. Felipe Aquino)

18 de janeiro de 2009

Senhor, onde moras?


Onde moras? Vinde e vede. E passaram com Jesus aquela tarde. Eram quatro horas. João não esqueceu a hora em que marcou o seu primeiro encontro com Jesus. João Baptista indicou; os dois acompanharam. Que teriam eles conversado? Como seria a casa de Jesus? Eles foram ver onde Jesus morava e a conversa terá sido muito animada, pois no dia seguinte eles disseram: “É Ele o Salvador”.


Quantas vezes somos convidados a ver e não aproveitamos a oportunidade. “Não temos tempo”, é a nossa resposta. Que voz convincente é a de Jesus? Eles largaram tudo e seguiram-no. Todos nós temos na nossa vida essas “quatro horas”.


“Cristo conta contigo”. Será que ele pode contar mesmo?


Deus chama-nos de diversos modos: Adão, Noé, Abraão, Moisés, Samuel e os profetas. E Deus continua a chamar. Do mesmo modo que Jesus chamou os discípulos, chama também cada um de nós. O reino de Deus exige serviço. Não podemos parar, porque o reino das trevas também não pára. André chamou seu irmão Pedro; João chamou seu irmão Tiago.

Temos que fazer outros discípulos. Chamar, não com palavras, mas com o exemplo.


Venham e vejam, disse Jesus. E hoje, nós somos convidados a ver o quê? Divisões, ciúmes, brigas, etc.


Quem é chamado não reconhece facilmente a voz de Deus. No meio de tantas vozes, é difícil identificar a voz que vem do alto. João Baptista na sua pregação indica aquele que deve ser seguido; já cumpriu seu dever. Jesus começa a caminhar.
As nossas comunidades devem fazer como o Baptista: não procurar discípulos para si, mas indicar Cristo aos outros.


Os homens, hoje, sentem necessidade de Deus, têm saudades dEle. Nós seremos intermediários. Por que ter medo?


A nossa oração, hoje, deveria conhecer sempre a pergunta dos discípulos: “Mestre, onde moras?”.

( Adapt. Escrito por Pe. Írio Rissi – CMF)

11 de janeiro de 2009

Baptismo do Senhor


535. O início (251) da vida pública de Jesus é o seu baptismo por João, no rio Jordão (252). João pregava «um baptismo de penitência, em ordem à remissão dos pecados» (Lc 3, 3). Uma multidão de pecadores, publicanos e soldados (253), fariseus e saduceus (254) e prostitutas vinha ter com ele, para que os baptizasse. «Então aparece Jesus». O Baptista hesita, Jesus insiste: e recebe o baptismo. Então o Espírito Santo, sob a forma de pomba, desce sobre Jesus e uma voz do céu proclama: «Este é o meu Filho muito amado» (Mt 3,13-17). Tal foi a manifestação («epifania») de Jesus como Messias de Israel e Filho de Deus.


536. Da parte de Jesus, o seu baptismo é a aceitação e a inauguração da sua missão de Servo sofredor. Deixa-se contar entre o número dos pecadores (256). É já «o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo» (Jo 1, 29), e antecipa já o «baptismo» da sua morte sangrenta (257). Vem, desde já, para «cumprir toda a justiça» (Mt 3,15). Quer dizer que Se submete inteiramente à vontade do Pai e aceita por amor o baptismo da morte para a remissão dos nossos pecados (258). A esta aceitação responde a voz do Pai, que põe toda a sua complacência no Filho (259). O Espírito que Jesus possui em plenitude, desde a sua conceição, vem «repousar» sobre Ele (Jo 1, 32-33) (260) e Jesus será a fonte do mesmo Espírito para toda a humanidade. No baptismo de Cristo, «abriram-se os céus» (Mt 3, 16) que o pecado de Adão tinha fechado, e as águas são santificadas pela descida de Jesus e do Espírito, prelúdio da nova criação.


537. Pelo Baptismo, o cristão é sacramentalmente assimilado a Jesus que, no seu baptismo, antecipa a sua morte e ressurreição. Deve entrar neste mistério de humilde abatimento e de penitência, descer à água com Jesus, para de lá subir com Ele, renascer da água e do Espírito para se tornar, no Filho, filho-amado do Pai e «viver numa vida nova» (Rm 6, 4):
«Sepultemo-nos com Cristo pelo Baptismo, para com Ele ressuscitarmos; desçamos com Ele, para com Ele sermos elevados; tornemos a subir com Ele, para n'Ele sermos glorificados» (261). «Tudo o que se passou com Cristo dá-nos a conhecer que, depois do banho de água, o Espírito Santo desce sobre nós do alto dos céus e, adoptados pela voz do Pai, tornamo-nos filhos de Deus» (262).

(Catecismo da Igreja Católica)

3 de janeiro de 2009

Epifania do Senhor


Jesus de Nazaré, nascido em Belém, é a manifestação de Deus a todos e a cada pessoa humana em todos os lugares e em todos os tempos. Nenhum povo da terra está desprovido do sentimento religioso. Todos querem ver, apalpar, escutar seus deuses. E, sobretudo, sentir-se protegidos por eles. Hoje temos a revelação do Deus único e verdadeiro.
Em forma conhecida de todos: a forma de um homem, homem e Deus ao mesmo tempo. Realmente, Jesus é o Emanuel, (Cf. Is 8,8.10; Mt 1,23), isto é, o Deus conosco. Todos os milagres, e não só o nascimento, realizados por Jesus foram manifestações, particularmente, a sua transfiguração(Cf. Mt 17,1-8). E, o que fazemos hoje, é manifestar a todo o mundo o nascimento do Senhor.
Assim, os Magos, repletos de simbolismos, e o primeiro é o da universalidade da salvação, o segundo simbolismo, quer seja a missionariedade do Evangelho pregado. A universalidade da salvação veio para todos e, em vista disso, todo cristão deve ser um missionário.
No início da Igreja a ideia dominante era que Cristo viera para poucos, para os chamados “santos”. Ao contrário, Jesus veio para todos, prosélitos, judeus, pagãos, para todos indistintamente, por isso São Paulo, na segunda leitura de hoje diz-nos que: “os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho”(Cf. Ef 3,6).
Os baptizados devem assumir a obrigação de levar a todos a mensagem cristã. A missionariedade da Igreja faz parte da própria natureza da Igreja. Ver os povos prostrados diante do Presépio é contemplar os cristãos saindo do Presépio em direcção aos quatros cantos do mundo.