31 de maio de 2016

Visitação de Nossa Senhor


Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? (cf. Lc 1,39-56)

Deus é uma visita permanente que salva, alegra e compromete!
Quem acolhe esta visita de Deus, torna-se um visitador,
um portador de Deus e da alegria, que anda ao sabor do Espírito!
Assim aconteceu com Maria de Nazaré, a Virgem visitada,
que corre ligeira e leve pelas montanhas da Judeia!
Isabel, a escondida agraciada por Deus, na sua velhice,
abre as suas portas à Mãe do seu Senhor,
rejubila com o Messias escondido no seio de Maria
e confirma no seu seio o Precursor que dança de alegria!
Como podemos ficar fechados, nós que fomos tão visitados?
O mundo todo visita a nossa casa, a cada instante,
pela porta da televisão, pela coluna da rádio,
pela janela da internet, pelo espelho do telemóvel...
Há visitas que nos deixam tristes, outras alegres,
umas alimentam a fé, outras o materialismo,
umas despertam compaixão, outras raiva e revolta,
umas geram solidariedade, outras medo ou apatia,
umas comprometem-nos com o bem comum,
outras adormecem-nos no sonho e no passatempo!
São visitas, a maioria virtuais, que não têm o calor do abraço,
o cheiro da intimidade, a beleza da verdade,
o peso da presença, a comunhão dos sentidos!
O verdadeiro encontro mexe com as entranhas,
alimenta o amor, move para novas visitas!
Senhor, louvado sejas pelos sinais do teu amor misericordioso,
no Sol que cada manhã nos visita,
na sinfonia de aves que cantam,
no amigo ou o pobre que nos bate à porta,
na Palavra que ecoa bem fundo como vendaval suave,
na Eucaristia que visita o coração, às vezes desarrumado...
Louvado sejas, ó Maria, por seres Mãe que nos visita,
nos dás alento, nos escutas e conduzes a Jesus!
Faz de nós visitadores que levam a alegria,
transmitem a paz, se tornam presente
e transformam a rotina num tempo especial e evangelizador!
Maria da visitação faz de nós missionários da esperança!
José Augusto Duarte Leitão 

21 de maio de 2016

Solenidade Santíssima Trindade



261 O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus no-lo pode dar a conhecer, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo.
262 A Encarnação do Filho de Deus revela que Deus é o Pai eterno, e que o Filho é consubstancial ao Pai, isto é, que ele é o no Pai e com o Pai o mesmo Deus único.
263 A missão do Espírito Santo, enviado pelo Pai em nome do Filho (cf. Jo 14,26) e pelo Filho "de junto do Pai" (Jo 15,26), revela que o Espírito é com ele o mesmo Deus único. "Com o Pai e o Filho é adorado e glorificado".
264 "O Espírito Santo procede do Pai enquanto fonte primeira e, pela doação e pela doação eterna deste último ao filho, do Pai e do Filho em comunhão" (S. Agostinho, Trin. 15,26,47).
265 Pela graça do Batismo "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" somos chamados a compartilhar da vida da Santíssima Trindade, aquí na terra na obscuridade da fé, e para além da morte, na luz eterna (cf. Pablo VI, SPF 9).
266 "A fé católica é esta: que veneremos o único Deus na Trindade e a Trinidade na unidade, não confundindo as pessoas, nem separando a substância; pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna la majestade" (Symbolum "Quicumque").
267 Inseparáveis naquilo que são, as pessoas divinas são também inseparáveis naquilo que fazem. Mas na única operação divina cada uma delas manifesta o que lhe é próprio na Trindade, sobretudo nas missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo.(conf.Catecismo da Igreja Católica)

Santissima Trindade

15 de maio de 2016

Pentecostes




A descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos permitiu-lhes falar "outras línguas" (Act.2.4), um fenómeno testemunhado pelos "judeus piedosos provenientes de todas as nações que há debaixo do céu" que se encontravam em Jerusalém. Tratou-se de um milagre de dicção (os Apóstolos a falarem línguas estrangeiras) ou de audição (eles falavam em aramaico, mas cada um compreendia no seu próprio dialecto)? Este fenómeno tem feito correr muita tinta. De todas as formas o que Lucas pretende fazer-nos compreender é: a confusão de línguas, em Babel (Gn.11), tornara os homens incapazes de se entenderem; o Espírito Santo concede agora à sua Igreja o poder de se fazerem compreender por todos os povos.
Em Babel não se compreendiam uns aos outros (Gn,11,7); no Pentecostes, «cada um os ouvia falar na sua língua» (Act.2,6).
O discurso de Pedro é a explicação para o que estava a acontecer. Ele faz referência aos desígnios de Deus tal como foi revelado ao Seu povo.  Pois tudo o que estava a acontecer já tinha sido anunciado por meio do profeta Joel, e das Escrituras. Pedro anuncia-lhes Jesus Cristo, a sua missão, concentrando o seu discurso no mistério da Sua Morte e Ressurreição. Muitos naquele dia acreditaram em Jesus e receberam o baptismo.

Neste capítulo pode-se notar a força e a coragem que o Espírito Santo infundiu nos Apóstolos. Aqueles que antes estavam fechados no Cenáculo, com medo dos judeus, agora anunciam com entusiasmo Jesus Cristo e o Evangelho. Por outro lado o Espírito Santo permite que muitos compreendam e aceitem a pregação dos Apóstolos.

13 de maio de 2016

O primeiro Pentecostes


Os apóstolos recebem o Espírito Santo (Act:2,1-41)

A primeira tarefa dos discípulos foi, simplesmente aguardar, assim lhes tinha ordenado Jesus, pois receberiam o Espírito Santo que lhes daria a força e a coragem para os ajudar na missão que lhes confiara.
Na manhã do primeiro Pentecostes após a Ressurreição, estavam os discípulos reunidos com Maria, mãe de Jesus, subitamente todos ficaram repletos do Espírito Santo. Cada um deles escutou o som de um  vento forte, viu línguas de fogo poisarem sobre si. Começaram a falar várias línguas, de forma que grande parte da multidão que tinha vindo a Jerusalém para celebrar o Pentecostes acorreu para os escutar, e todos eles os entendiam. Por fim, Pedro tomou a palavra e pronunciou o seu primeiro discurso. Nesse dia, Pedro conseguiu converter cerca de 3 000 pessoas que se fizeram baptizar. (conf. Act.2, 1-41)
O dom do Espírito Santo tem uma importância fundamental para o autor dos Actos , porque é a força motivadora de toda a história dos primeiros cristãos.
È o Espírito Santo que:
- faz novos convertidos
- permite que haja milagres
- dá coragem e sabedoria aos chefes da nova Igreja
-  os orienta para iniciativas importantes.


O dom do Espírito Santo ter acontecido na Festa de Pentecostes, festa judaica das semanas (Ex.23,16; Dt.16,10), talvez tenha um significado especial. Esta festa começou por ser uma celebração agrícola, que assinalava o fim da colheita do trigo e a oferta dos primeiros frutos. Mais tarde passou a comemorar a entrega da Tábuas da Lei a Moisés, no Sinai, e a descrição do dia de Pentecostes poderá ser interpretada como o momento em que a Antiga Lei judaica foi substituída pela Nova Aliança em Jesus Cristo, revelada a toda a humanidade pelo dom do Espírito Santo. É a Nova Aliança com o Novo Israel.

7 de maio de 2016

Ascensão de Jesus aos Céus



Os apóstolos continuam a missão de Jesus (Act.1,4-36)

Jesus dá as últimas recomendações aos seus discípulos. Jesus diz-lhes que dêem testemunho d'Ele em Jerusalém, toda a Judeia e  Samaria, até aos confins do mundo. E promete-lhes o envio do Espírito Santo que lhes dará força e coragem para levarem a bom termo a missão que lhes confia. Os discípulos regressam a Jerusalém confiantes e cheios de alegria.
Para Lucas a Ascensão de Jesus é o elo de ligação entre o "tempo de Jesus" e o "tempo da Igreja".
No Evangelho de Lucas, a Ascensão é o ponto final da missão terrestre de Jesus (Lc.24,44-53), nos actos dos Apóstolos a Ascensão é o ponto de partida da missão dos apóstolos (Act.1,4-8).

Lucas situa os grandes acontecimentos da missão  de Jesus na cidade de Jerusalém. Segundo o Evangelho, toda a vida de Jesus,  se orienta para esta cidade. É para Jerusalém que converge toda a missão de Jesus, desde a descrição do seu primeiro acto cultual [Apresentação de Jesus no templo (Lc.2,22)], até ao fim da sua missão terrena [Ascensão (Lc.24,50-54)]. Também nos Actos, é nesta cidade que se inicia a missão dos Apóstolos, a Igreja nasce em Jerusalém e vai espalhar-se  até aos confins da terra. O Livro dos Actos termina quando Paulo chega a Roma, a capital do mundo pagão.